Monday, August 20, 2007

20.08.2007 (Segunda-f) - Para NY às 6.45 da manhã

Hoje acabaria a nossa visita no Brasil para voltámos a NY às 6.45 da manhã. Eu iria para Lisboa no dia seguinte para continuar para as Ilhas. O Axel iria recomeçar a trabalhar.
O Furacão Dean estava a atravessar o Golfo do México após ter provocado imensos estragos na Jamaica. As previsões eram de que atingisse o México na sua força máxima, de 5, e o nosso voo para NY iria circunsvê-lo. Telefonei para a TAM antes de abalarmos. Secretamente desejei que o voo fosse cancelado pois estava silenciosamente apavorada com essa situação.
Saímos do hotel às 5.30 e quase perdemos o voo pois não queriam aceitar o nosso check-in. Mas acabámos por abalar. Acho que no íntimo fiz tudo para não ir naquele voo... No entanto para remarcar bilhetes é caríssimo e poderia estar em causa o meu voo para Lisboa no dia seguinte. A confusão no aeroporto era tão grande que acabámos por ser incluídos na fila dos voos internacionais.
Estivemos a contar quantos voos tínhamos feito até então. Tinham sido 10 com 20 partidas e aterragens; os momentos que eu mais entro em paranóia... Com os voos para as Ilhas seriam mais 5... correspondentes a outras 10 partidas e aterragens !
Nunca viajei tanto e nem produzi tanto dióxido de carbono como agora... Viajar por carro ou autocarro no Brasil revelou-se muito demorado e ineficiente em questões de tempo. A costa do Brasil é imensa e as estradas, sobretudo no Noroeste, não são as melhores em manutenção e dimensões.
O avião estava cheio e levou-nos algum tempo até que finalmente estivéssemos no ar. Desde cedo a trepidação era constante. Ainda que quisesse estar concentrada a resumir pensamentos e a escrever sobre a viagem era difícil controlar a adrenalina. Ao longe uma gigantesca massa negra de nuvens lembravam-me do que estávamos a atravessar. Ainda lembrei-me que, de acordo com os “10 mandamentos” da TAM a “segurança dos passageiros” vem em 3ª posição versus o “rendimento da companhia” que encima a lista. Para incrementar rendimentos alguma da manutenção aos aviões talvez tenha sido adiada, pensava eu...

Em NY levei algum tempo a sentir as pernas na sua plenitude. Não foi um voo fácil, nem física nem psicologicamente... Mas sabia bem regressar a “casa” com todo um manancial de informação e especulação para digerir aos poucos.
Sentia-me extremamente viva e inspirada. O meu desejo no momento era partilhar o que tinha visto, concluído e sentido ao percorrer uma viagem simultaneamente pela história, memória, geografia e cultura num país que tem tanto de distinto como de semelhante ao meu.