Agosto 01.2007 (quarta-f.) - Partida para o Brasil
Supostamente devería ter começado a fazer os preparativos para a longa viagem, que se iniciava dentro de 12 horas, mais cedo. Eram 21 horas e ainda estava no escritório. Fiquei até às 3 h da manhã. Preparativos também aconteciam no escritório antes de me ír embora. Último pormenor antes de abalar: Activar Auto-Reply – Out of the office from 1st August until 1st September. Esta será a mensagem para o mês de Agosto...
Nesta noite só dorminos 2 horas. O Axel organizava os pedaços de “coisas” dispersas que flutuavam no apartamento: brinquedos da Twiggy (a cocker), correspondência diversa, caixas vazias, gadgets, cabos de computador, cds, tachos, copos vazios, livros, papéis e papéis por todo o lado...Tudo ficou reduzido a um monte de folhas a um canto da mesa da cozinha à espera de alguma atenção aquando no nosso regresso. Tarefas adiadas e, possivelmente, prazos expirados, chamadas não retornadas, talvez sem importância. Demasiado tarde agora. O”adiado” já entra no meu dia-a-dia como parte e sintoma do meu ritmo diário. É uma opção pela hierarquia que ocupa. Menos mal !
Projectos que se desenvolvem, outros que se concluem e outros que se começam. Esta viagem é um novo projecto que está prestes a continuar pois já começou há uns tempos atrás quando começei a pensar no tipo de (i)relevância que o urbanismo protuguês tem no enquadramento intelectual de arquitecturas e paisagens. Pena que assim seja, pois acredito na sua tradição e no potencial em se constituir uma referência actual do Desenho Urbano contemporâneo em que Natureza assume cada vez mais um papel essencial no entendimento do território e na valorização ao que é intrínseco a culturas.
Eram 6 da manhã quando saímos de casa. Larguei o lixo no contentor e, estranhamente, senti uma enorme nostalgia. Imaginei-me a ír embora de vez de NY. E, estranha sensação esta de deixar pedaços da minha história para trás, num anónimo saco de plástico com aroma de limão, numa gigantesca lixeira metropolitana. Antes do seu encerramento Fresh Kills era a maior lixeira a céu aberto do mundo. Hoje Field Operations está a reconvertê-la num gigantesco parque com a ajuda do debris produzido no 11 de Setembro. Por gigantesca que seja esta lixeira tinha as suas regras “territoriais”. A sua organização por quadrantes permitia que para cada area (bairro) fosse atribuída uma matriz de descarregamento. Será que conseguiríamos identificar as diferenças sociais de cada destas área pelas características do lixo que produzem? Imaginar o lixo de Harlem versus o lixo de Upper East side... Alguém me contou esta história: uma senhora perdeu o seu anel de noivado no saco do lixo enquanto despejava os restos da refeição. Quando se apercebeu disso contactou as entidades responsáveis pela recolha do lixo que, de imediato, tentaram localizar em Fresh Kills o quandrante respeitante ao bairro em que a senhora vivia. Depois de identificado e scaneado o anel foi descoberto... Com uma area de 890 hectares e com 18 millhões de pessoas a produzirem lixo um anel foi achado. Coincidência, sorte, destino, colaboração ou planemaento... Até no, aparentemente, mais aleatório e “orgânico” cenário princípios de organização acontecem.
Chegámos ao aeroporto JFK perto da hora de embarque. Porque será que os seguranças (americanos ?) têm sempre de ser teimosamente antipáticos ? Porque insistem em tirar os bilhetes de dentro do passaporte e não os voltam a pôr onde os encontraram? Porque têm de os espalhar na mesa e nós, num acto de subserviência, e “muito obrigada por ver que os nossos nomes estão correctos e que não somos terroristas”, temos de os recolher com um sorriso na face ? Será que é uma tactica de intimidação psicológica ? Sem maneiras, diría talvez !
Na porta para o embarque existia um ar familiar: faces, estrutura física , sorrisos e... a língua ! Os sorrisos eram generosos e os olhares meigos. Estes são os sinais que hoje reconheço como características intrinsecas da minha cultura. Talvez por viver longe estas me pareçam tão evidentes e particulares.
No avião uma senhora segurava uma pequenina bíblia no colo. Rezava baixinho e as suas mãos seguiam gestos habituados ao ritmo da oração. Isto fez-me lembrar que dentro de minutos estaría a deslocar para a mesma rota e com a mesma companhia aérea que, há menos de 2 semanas, mataría 167 pessoas em São Paulo. Eu também tinha trazido o meu amuleto, uma medalha que a minha avó me deu há uns anos atrás que me acompanha sempre nestas viagens.
Depois de deslocarmos ofereceram-nos umas bolsinhas de plástico castanho. Adoro estes momentos surpresa: abro o fecho e miniaturizados presentes da TAM são revelados: vendas para os olhos e ouvidos, escova e pasta de dentes e, imagine-se, um pente ! Tudo era castanho!
Este pente fez-me lembrar a feira de todos-os-santos que acontecia todos os anos em Outubro, em Silves. Penso que era a altura em que via o maior número de pentes de todos os feitios e cores acumulados num só sítio: verdes, brancos, transparentes, cor-de-rosa, com dentes largos, finos, com duas filas de dentes desencontrados, de osso, de madeira, de plástico, com orelhas como o rato mickey, com olhos de rã como o cocas o sapo... O meu pai só comprava de um tipo e em quantidades suficientes para manter o stock do ano vindouro: eram pretos, do tamanho do bolso da frente da camisa, de um plástico muito fino e maleável e com uma signatura dourada, qualquer coisa, como Le Pierre (non Cardin !) Penso que esta foi uma das últimas vezes que me lembro de ver pentes...
Dormi quase toda a viagem para S. Paulo, 8 horas, para tentar recompôr o que não tinha dormido na noite da partida. Não valeu de muito, pois continuei enrugada, descolorada e desidratada, como um paposeco de 10 dias.
Quando chegámos a São Paulo a confusão estava no ar, talvez por ser um dos maiores Hubs de transportes aéreos do mundo. Pessoas aninhavam-se nas cadeiras dos terminais à espera de vôos domésticos que estavam atrasados. A nossa noite ainda tinha de continuar longa. Era tempo para café, pão de queijo e torta de palmito. No aeroporto de São Paulo (contrariamente aos outros que me parecem igualmente desconfortáveis e genéricos) existiam pequenas cafeterias que vendiam comida caseira. Deu-me um certo conforto ver comércio local em lugares de natureza nómada e global. Isto deu-lhe um certo carácter.
No vôo para Natal as revistas da TAM exibiam anúncios ao que se passava no Brasil tal como teatro, concertos, exposições, artesanato e Eco-turismo ! É curioso notar como o “eco” está em todo o lado: Definitivamente a “ecologia” está a substituir a “globalização” como relevânte termo no discurso acerca de economias, políticas e culturas. Apartamentos/condos vendem-se por serem eco, carros vendem-se por serem eco, roupa vendem-se por serem eco, energia vende-se por ser eco, papel higiénico vende-se por ser eco, comida vende-se por ser eco... eco, eco... Eco tornou-se uma necessidade e também na comodidade do séc. XXI ainda acessível para alguns. E pensar que os vegetais que o meu pai plantava no quintal são agora chamados “orgânicos” . Também a Natureza tornou-se num carácter com relevante protagonismo nos últimos anos: “ March of the Penguins”, “Planet Earth”, “An Inconvenient Truth”, “White paws”... Natureza é revisitada pela sua vulnerabilidade, complexidade, exoticismo, mas também, humanizada, com sentimentos e vontades.
Este novo fascínio (ou vaga educativa, ou comercialização) faz-me lembrar a série “Cosmos” quando tinha 10 anos. Foi por causa desta série que os meus pais compraram a primeira televisão a cores e, também, o meu primeiro desejo em ser qualquer coisa: o de ser bióloga. Imaginava-me na floresta a observar os comportamentos dos animais, a protegê-los contra doenças e a defender os seus habitats. Hoje o mais próximo que faço disso é cuidar da Twiggy e não comer mamíferos por me julgar demasiado próxima destes.
Na revista da TAM outro capítulo destacou-se por ser próximo do meu interesse nesta viagem: a “arte do pavimento português” e a sua história. Nunca tinha pensado esta arte como um caso híbrido de miscelização entre a cultura romana e árabe; entre o mosaico e o ornamento, entre a técnica e o efeito; mais tarde re-visitado por Burle Marx que a hibridizou, desta vez, com motivos, escala e aspirações modernas para um Brasil que se queria rejuvenescido. Será que além de valores cenográficos, identitários e cívicos é possível encontrar um carácter performativo nestas superfícies pavimentadas? A técnica da calçada tem um importante papel na gestão das águas pluviais pois permite um escoamento gradual. A sua porosidade, quando se pensa nas características topográficas de grande parte das nossas cidades, tem um valor importante já que evita acumulações de água intensivas que resultam em cheias. Por si só a calçada portuguesa tem um aspecto infrastrutural. Em paralelo, e como o Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa nos mostra, é frequente encontrar nos nossos adros, praças e largos infrastrutura de gestão de água, tais como poços, fontes e cisternas. Estes espaços públicos não só representam o espaço cívico dos aglomerados urbanos mas também acumulam um carácter infrastructural para gestão hídrica. Cívico significa também infrastructural. Será esta característica “infrastructural” uma contribuição especifícamente portuguesa para a “arte do pavimento” no espaço público nas cidades fundadas no séc XVI?
Supostamente devería ter começado a fazer os preparativos para a longa viagem, que se iniciava dentro de 12 horas, mais cedo. Eram 21 horas e ainda estava no escritório. Fiquei até às 3 h da manhã. Preparativos também aconteciam no escritório antes de me ír embora. Último pormenor antes de abalar: Activar Auto-Reply – Out of the office from 1st August until 1st September. Esta será a mensagem para o mês de Agosto...
Nesta noite só dorminos 2 horas. O Axel organizava os pedaços de “coisas” dispersas que flutuavam no apartamento: brinquedos da Twiggy (a cocker), correspondência diversa, caixas vazias, gadgets, cabos de computador, cds, tachos, copos vazios, livros, papéis e papéis por todo o lado...Tudo ficou reduzido a um monte de folhas a um canto da mesa da cozinha à espera de alguma atenção aquando no nosso regresso. Tarefas adiadas e, possivelmente, prazos expirados, chamadas não retornadas, talvez sem importância. Demasiado tarde agora. O”adiado” já entra no meu dia-a-dia como parte e sintoma do meu ritmo diário. É uma opção pela hierarquia que ocupa. Menos mal !
Projectos que se desenvolvem, outros que se concluem e outros que se começam. Esta viagem é um novo projecto que está prestes a continuar pois já começou há uns tempos atrás quando começei a pensar no tipo de (i)relevância que o urbanismo protuguês tem no enquadramento intelectual de arquitecturas e paisagens. Pena que assim seja, pois acredito na sua tradição e no potencial em se constituir uma referência actual do Desenho Urbano contemporâneo em que Natureza assume cada vez mais um papel essencial no entendimento do território e na valorização ao que é intrínseco a culturas.
Eram 6 da manhã quando saímos de casa. Larguei o lixo no contentor e, estranhamente, senti uma enorme nostalgia. Imaginei-me a ír embora de vez de NY. E, estranha sensação esta de deixar pedaços da minha história para trás, num anónimo saco de plástico com aroma de limão, numa gigantesca lixeira metropolitana. Antes do seu encerramento Fresh Kills era a maior lixeira a céu aberto do mundo. Hoje Field Operations está a reconvertê-la num gigantesco parque com a ajuda do debris produzido no 11 de Setembro. Por gigantesca que seja esta lixeira tinha as suas regras “territoriais”. A sua organização por quadrantes permitia que para cada area (bairro) fosse atribuída uma matriz de descarregamento. Será que conseguiríamos identificar as diferenças sociais de cada destas área pelas características do lixo que produzem? Imaginar o lixo de Harlem versus o lixo de Upper East side... Alguém me contou esta história: uma senhora perdeu o seu anel de noivado no saco do lixo enquanto despejava os restos da refeição. Quando se apercebeu disso contactou as entidades responsáveis pela recolha do lixo que, de imediato, tentaram localizar em Fresh Kills o quandrante respeitante ao bairro em que a senhora vivia. Depois de identificado e scaneado o anel foi descoberto... Com uma area de 890 hectares e com 18 millhões de pessoas a produzirem lixo um anel foi achado. Coincidência, sorte, destino, colaboração ou planemaento... Até no, aparentemente, mais aleatório e “orgânico” cenário princípios de organização acontecem.
Chegámos ao aeroporto JFK perto da hora de embarque. Porque será que os seguranças (americanos ?) têm sempre de ser teimosamente antipáticos ? Porque insistem em tirar os bilhetes de dentro do passaporte e não os voltam a pôr onde os encontraram? Porque têm de os espalhar na mesa e nós, num acto de subserviência, e “muito obrigada por ver que os nossos nomes estão correctos e que não somos terroristas”, temos de os recolher com um sorriso na face ? Será que é uma tactica de intimidação psicológica ? Sem maneiras, diría talvez !
Na porta para o embarque existia um ar familiar: faces, estrutura física , sorrisos e... a língua ! Os sorrisos eram generosos e os olhares meigos. Estes são os sinais que hoje reconheço como características intrinsecas da minha cultura. Talvez por viver longe estas me pareçam tão evidentes e particulares.
No avião uma senhora segurava uma pequenina bíblia no colo. Rezava baixinho e as suas mãos seguiam gestos habituados ao ritmo da oração. Isto fez-me lembrar que dentro de minutos estaría a deslocar para a mesma rota e com a mesma companhia aérea que, há menos de 2 semanas, mataría 167 pessoas em São Paulo. Eu também tinha trazido o meu amuleto, uma medalha que a minha avó me deu há uns anos atrás que me acompanha sempre nestas viagens.
Depois de deslocarmos ofereceram-nos umas bolsinhas de plástico castanho. Adoro estes momentos surpresa: abro o fecho e miniaturizados presentes da TAM são revelados: vendas para os olhos e ouvidos, escova e pasta de dentes e, imagine-se, um pente ! Tudo era castanho!
Este pente fez-me lembrar a feira de todos-os-santos que acontecia todos os anos em Outubro, em Silves. Penso que era a altura em que via o maior número de pentes de todos os feitios e cores acumulados num só sítio: verdes, brancos, transparentes, cor-de-rosa, com dentes largos, finos, com duas filas de dentes desencontrados, de osso, de madeira, de plástico, com orelhas como o rato mickey, com olhos de rã como o cocas o sapo... O meu pai só comprava de um tipo e em quantidades suficientes para manter o stock do ano vindouro: eram pretos, do tamanho do bolso da frente da camisa, de um plástico muito fino e maleável e com uma signatura dourada, qualquer coisa, como Le Pierre (non Cardin !) Penso que esta foi uma das últimas vezes que me lembro de ver pentes...
Dormi quase toda a viagem para S. Paulo, 8 horas, para tentar recompôr o que não tinha dormido na noite da partida. Não valeu de muito, pois continuei enrugada, descolorada e desidratada, como um paposeco de 10 dias.
Quando chegámos a São Paulo a confusão estava no ar, talvez por ser um dos maiores Hubs de transportes aéreos do mundo. Pessoas aninhavam-se nas cadeiras dos terminais à espera de vôos domésticos que estavam atrasados. A nossa noite ainda tinha de continuar longa. Era tempo para café, pão de queijo e torta de palmito. No aeroporto de São Paulo (contrariamente aos outros que me parecem igualmente desconfortáveis e genéricos) existiam pequenas cafeterias que vendiam comida caseira. Deu-me um certo conforto ver comércio local em lugares de natureza nómada e global. Isto deu-lhe um certo carácter.
No vôo para Natal as revistas da TAM exibiam anúncios ao que se passava no Brasil tal como teatro, concertos, exposições, artesanato e Eco-turismo ! É curioso notar como o “eco” está em todo o lado: Definitivamente a “ecologia” está a substituir a “globalização” como relevânte termo no discurso acerca de economias, políticas e culturas. Apartamentos/condos vendem-se por serem eco, carros vendem-se por serem eco, roupa vendem-se por serem eco, energia vende-se por ser eco, papel higiénico vende-se por ser eco, comida vende-se por ser eco... eco, eco... Eco tornou-se uma necessidade e também na comodidade do séc. XXI ainda acessível para alguns. E pensar que os vegetais que o meu pai plantava no quintal são agora chamados “orgânicos” . Também a Natureza tornou-se num carácter com relevante protagonismo nos últimos anos: “ March of the Penguins”, “Planet Earth”, “An Inconvenient Truth”, “White paws”... Natureza é revisitada pela sua vulnerabilidade, complexidade, exoticismo, mas também, humanizada, com sentimentos e vontades.
Este novo fascínio (ou vaga educativa, ou comercialização) faz-me lembrar a série “Cosmos” quando tinha 10 anos. Foi por causa desta série que os meus pais compraram a primeira televisão a cores e, também, o meu primeiro desejo em ser qualquer coisa: o de ser bióloga. Imaginava-me na floresta a observar os comportamentos dos animais, a protegê-los contra doenças e a defender os seus habitats. Hoje o mais próximo que faço disso é cuidar da Twiggy e não comer mamíferos por me julgar demasiado próxima destes.
Na revista da TAM outro capítulo destacou-se por ser próximo do meu interesse nesta viagem: a “arte do pavimento português” e a sua história. Nunca tinha pensado esta arte como um caso híbrido de miscelização entre a cultura romana e árabe; entre o mosaico e o ornamento, entre a técnica e o efeito; mais tarde re-visitado por Burle Marx que a hibridizou, desta vez, com motivos, escala e aspirações modernas para um Brasil que se queria rejuvenescido. Será que além de valores cenográficos, identitários e cívicos é possível encontrar um carácter performativo nestas superfícies pavimentadas? A técnica da calçada tem um importante papel na gestão das águas pluviais pois permite um escoamento gradual. A sua porosidade, quando se pensa nas características topográficas de grande parte das nossas cidades, tem um valor importante já que evita acumulações de água intensivas que resultam em cheias. Por si só a calçada portuguesa tem um aspecto infrastrutural. Em paralelo, e como o Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa nos mostra, é frequente encontrar nos nossos adros, praças e largos infrastrutura de gestão de água, tais como poços, fontes e cisternas. Estes espaços públicos não só representam o espaço cívico dos aglomerados urbanos mas também acumulam um carácter infrastructural para gestão hídrica. Cívico significa também infrastructural. Será esta característica “infrastructural” uma contribuição especifícamente portuguesa para a “arte do pavimento” no espaço público nas cidades fundadas no séc XVI?
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